sexta-feira, 6 de julho de 2012

Sobram vagas, mas faltam profissionais em Petróleo e Gás

A descoberta do pré-sal intensificou a busca por profissionais aptos a atuar na área. O Brasil é um destino promissor para empresas fornecedoras da cadeia produtiva de petróleo e gás, que poderão diversificar negócios e principalmente absorver mão de obra especializada. Por isso, os chamados engenheiros de petróleo são cada vez mais disputados pelo mercado de trabalho e a especialização destes profissionais é indispensável.
Segundo pesquisa de mercado, desenvolvida pela empresa de recrutamento Hays, o Brasil está na crista da onda e este patamar deve aumentar ou ficar, no mínimo, estável nos próximos anos, até que sejam descobertas novas reservas no país. A pesquisa também apontou que a média salarial para profissionais da área de petróleo e gás no Brasil subiu 27,6% em um ano, ficando em cerca de R$ 215.450 anuais (R$ 17.950 ao mês), enquanto o crescimento médio global foi de apenas 6,13%, com remuneração média de US$ 80.458 ao ano. O estudo, realizado entre outubro de 2010 e outubro de 2011, concluiu que Brasil e Austrália estão à frente dos demais 51 países pesquisados, liderando as contratações no setor.

Cursos de Pós-Graduação a distância em Petróleo e Gás

De acordo com Matt Underhill, responsável pela pesquisa, os campos de exploração de pré-sal estão oferecendo desafios para os engenheiros e as empresas e as companhias não estão medindo esforços para atrair os melhores talentos. No entanto, a escassez de mão de obra qualificada, principalmente de engenheiros, continua sendo problema para o setor. O estudo revelou ainda que o número de brasileiros trabalhando no exterior na área caiu de 20% para 10%, entre 2010 e 2011. Segundo Underhill, os números são resultados da alta demanda interna por profissionais da área.
O engenheiro de petróleo deve possuir avançados conhecimentos em engenharia, geofísica, mineração e geologia para atuar em refinarias, plataformas marítimas e petroquímicas. Além de atuar na exploração, o profissional é contratado para trabalhar em perfuração, transporte, instalação de sistemas submarinos, de gasodutos e no desenvolvimento de projetos.  Para o coordenador dos cursos de Pós-Graduação a Distância em Petróleo e Gás do wPós, Róbison Gonçalves de Castro, a especialização na área é fundamental, pois trata-se de área específica, com particularidades próprias, que exige conhecimentos específicos com grau de aprofundamento, mesmo nas áreas tradicionais de gestão.
A escassez de mão de obra qualificada na área faz com que profissionais especializados sejam cada vez mais valorizados e disputados pelo mercado de trabalho.
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sexta-feira, 22 de junho de 2012

7 dicas para ter mais tempo na sua rotina

Descubra como você utiliza o tempo
Todas as tarefas que você realiza são distribuídas em uma das esferas da Tríade do Tempo: existem atividades urgentes – em que o prazo está curto ou acabou, atividades importantes – que trazem resultado e possuem tempo para serem realizadas e atividades circunstanciais – que não agregam valor e fazem você apenas perder tempo.
Saber a forma como utiliza seu tempo ajudará você a se planejar, pois seu foco será reduzir as atividades urgentes (priorizando-as para que sejam eliminadas rapidamente), aumentar as tarefas importantes (que ajudam a reduzir as urgências, o que você equilibrado) e eliminar as circunstanciais (aprendendo a dizer não ou simplesmente excluí-las da sua rotina).
Planeje-se!
Ter mais tempo para vida pessoal e profissional é prevenir problemas e priorizar aquilo que você quer. Esso é o processo de antecipação que é fundamental na gestão de tempo.
Para isso, planeje sua semana com antecedência ou pelo menos 3 dias a sua frente, veja o que pode gerar urgências e crie atividades de prevenção.
Escolha uma ferramenta
Agenda, Iphone, Outlook, Neotriad, caderno, etc – eleja uma plataforma que faça com que você tire as pendências e tarefas da cabeça e as centralize em um lugar confiável. Utilize essa ferramenta para se planejar e antecipar seus problemas.
Limite seu horário de trabalho
Muitas vezes precisamos de horas extras para conseguir cumprir todas as prioridades do dia. Isso acontece porque sabemos que temos esse tempo adicional.
Se fosse uma obrigação você sair exatamente no seu horário (algo do tipo quando apagam as luzes do escritório) com certeza você seria mais centrado e por consequência mais produtivo. Experimente criar esses "limitadores" para você no dia-a-dia.
Ache um hobby
Descubra algo que gosta de fazer e priorize na sua agenda. Quando fazemos coisas que nos trazem descanso, conforto e satisfação, temos a tendência a ir em direção desses compromissos e evitamos ao máximo que o dia seja desfocado.
Você já reparou que quando alguém do escritório joga futebol com amigos durante semana, como ele sempre consegue sair no horário naquele dia?
Organize a papelada
Organize seu local de trabalho, sua papelada, suas revistas e seus armários. Assim você terá mais facilidade para encontrar o que precisa.
Estima-se que uma pessoa gasta 40 minutos por dia localizando informações… e isso é muito tempo perdido.
Priorize seu dia – todos os dias
Faça uma lista de atividades que precisa executar no dia, calcule a duração de cada tarefa (para checar se dá tempo de fazer tudo) e ordene na sequência de execução. Foque nessa lista.
Quando você chegar ao fim do dia puder riscar tudo aquilo que conseguiu cumprir, a sensação será de começar o dia seguinte zerado.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Petrobras confirma potencial de poço Pão de Açúcar, em Campos

Segundo a Petrobras, perfuração no poço 1-REPF-12D-RJS, conhecido como "Pão de Açúcar", apontou para "uma estimativa de volumes recuperáveis acima de 700 milhões de barris de óleo de boa qualidade e 3 trilhões de pés cúbicos (545 milhões de barris de óleo equivalente) de gás na concessão BM-C-33".

Bloco da Repsol em Campos tem equivalente a 1,2 bi de barris

A petrolífera espanhola Repsol informou nesta quinta-feira que o total estimado de recursos do bloco BM-C-33, em região pré-sal da Bacia de Campos, é de mais de 700 milhões de barris de óleo leve e 3 trilhões de pés cúbicos de gás, equivalentes a 545 milhões de barris de petróleo.
"É uma das maiores reservas do mundo em 2012", disse a petrolífera espanhola.
"Os dados confirmam o potencial do bloco BM-C-33 na Bacia de Campos", acrescentou a empresa.
A concessão é operada pela Repsol Sinopec Brasil, com 35% de participação em um consórcio formado por Statoil (35%) e Petrobras (30%).

sexta-feira, 11 de maio de 2012

A Geração Petroleo II


Flávia Amaral 24 anos - A engenheira passa metade do mês embarcada nas plataformas marítimas. Nos outros dias, administra sua escola de dança de salão, no Catete

O regime diferenciado de trabalho nas plataformas, marcado por temporadas de catorze dias no mar alternados com catorze dias de folga, é duríssimo, mas permite aos jovens se lançar a voos pouco comuns a quem trabalha dez horas diárias em um escritório. A engenheira Flávia, citada no início da reportagem, por exemplo, possui uma escola de dança no bairro do Catete. Quando está embarcada, o negócio é tocado por seu marido, Jimmy de Oliveira, de 37 anos. No total, 200 alunos frequentam as amplas instalações do estabelecimento. Com dinheiro no bolso, os garotos conseguem antecipar sonhos que provavelmente levariam mais tempo para realizar — e curtem sua independência financeira fazendo o que gostam. É o caso de João Magalhães, 24 anos, que se formou há apenas sete meses. Funcionário da americana Baker Hughes, uma das maiores prestadoras de serviços do setor, ele acaba de comprar seu primeiro carro, um Volkswagen Bora, no valor de 35 000 reais. Criado no Cosme Velho, o rapaz chega a ganhar, nos meses em que embarca, 6 000 reais, cerca de 40% a mais que seus colegas de outros ramos da engenharia. O processo de seleção na empresa foi rigoroso. Para conseguir uma das sete vagas disponíveis, ele foi escolhido entre 5 000 postulantes. Atualmente, mora em Macaé e vem ao Rio passar os fins de semana na casa dos pais. Nessas ocasiões, pratica surfe e futevôlei, esportes pelos quais é apaixonado. “Viver longe daqui é um sacrifício, mas vale a pena. As empresas têm apostado muito em nós”, afirma ele.
Eduardo Antonello 35 anos - Em menos de dez anos, tornou-se presidente para a América Latina de um gigante norueguês do petróleo. Nas folgas, veleja e passeia com sua moto BMW

Ao iniciar a carreira em um patamar tão alto, a geração petróleo tem grandes chances de chegar ao topo mais rápido. Não são pequenas as possibilidades de, em dez anos, rapazes e moças como Flávia, João, Marina e Bernardo ocuparem posições no primeiro escalão nas companhias em que trabalham. Foi exatamente esse o caminho percorrido por Eduardo Antonello, 35 anos, atual presidente para a América Latina da norueguesa Seadrill, uma das maiores empresas do ramo de perfuração. No fim dos anos 90, quando os cursos atuais ainda não existiam, ele se matriculou em engenharia mecânica no Mackenzie, em São Paulo. Entusiasmado com a expansão do setor, ingressou na francesa Schlumberger. Sem uma formação acadêmica específica, Antonello construiu sua trajetória no exterior, vivendo em seis países ao longo de oito anos. Aos 24, por exemplo, morava no Catar. Aos 30, tornou-se chefe de perfuração no Brasil. Dois anos depois, foi contratado para o cargo atual. Morador do Leblon, casado com uma colega de profissão egípcia e pai de Ísis, ele é o decano dessa turma. Nos momentos de folga, gosta de velejar. Quando o tempo é maior, pega sua moto de trilha, uma BMW Adventure de 1 200 cilindradas, e troca o mar pelas estradas de terra. “É uma profissão complexa, que exige muito do profissional, mas compensa”, conta. “Especialmente para quem está disposto a entender todo o processo, do poço ao posto de gasolina.”
Bernardo Pestana 25 anos - Membro da primeira turma da UFRJ e contratado da OGX, sonha em ter um haras. Os primeiros cavalos serão comprados em reve por 20 000 reais cada um
Embora a indústria do petróleo tenha mais de quarenta anos, pode-se dizer que ela nunca esteve em melhor forma, tão rejuvenescida. Embaladas pelo pré-sal, as universidades públicas e privadas mudaram seus conceitos, apostando na formação de mão de obra específica e aumentando o volume de pesquisas na área. Os estudos sobre o tema são, inclusive, responsáveis por um substancial crescimento da produção acadêmica nacional.

Recentemente, o país subiu da 19ª para a 13ª posição na publicação de trabalhos científicos — à frente de Holanda, Suíça e Israel. Em paralelo, o parque tecnológico da Ilha do Fundão, que fica próximo da Coppe e também do Cenpes, o Centro de Pesquisas da Petrobras, está recebendo uma enxurrada de investimentos. Entre as empresas que já anunciaram a instalação de polos por lá estão a americana General Electric e a francesa Schlumberger. Todo esse movimento deve trazer cerca de 3 bilhões de reais em investimentos e mais 4 500 empregos de altíssimo nível nos próximos dois anos. Resume o secretário municipal de Desenvolvimento, Felipe Goes: “Se minha filha estivesse prestando vestibular, não hesitaria em aconselhá-la a seguir essa carreira”. Para quem está disposto a sujar as mãos e trabalhar duro, é sem dúvida um excelente caminho.

A Geração do Petróleo

Recém-saídos das universidades, jovens especialistas na exploração do chamado ouro negro são disputados pelas principais multinacionais do setor e remunerados com salário de gente grande


Marina Salomão, 22 anos - Contratada há menos de um mês por uma multinacional francesa, a praticante de muay thai se prepara para realizar um estágio no exterior

Dona de uma rotina pouco usual para uma moça de sua idade, a jovem Flávia Amaral, 24 anos, está acostumada a lidar com desafios. Sua jornada de trabalho começa com uma viagem de 150 quilômetros do Rio a Cabo Frio e, a partir dali, um voo de helicóptero por cerca de meia hora mar adentro, até as plataformas instaladas a cerca de 100 quilômetros da costa fluminense. Uma vez embarcada, passa catorze dias seguidos na estrutura, onde realiza tarefas complexas e perigosas, como conferir as medidas de dutos de bombeamento. Um pequeno erro nos cálculos pode ser fatal e provocar prejuízos na casa de sete dígitos.
 A pressão, a distância de casa, o confinamento em cubículos e a obrigação de passar metade do mês no meio do oceano fazem parte da carreira que escolheu. Mesmo assim, Flávia adora o que faz. Com apenas um ano de formada no curso de engenharia de petróleo, ela ocupa o posto de especialista em perfuração da companhia dinamarquesa Maersk Oil, uma das potências do setor. Antes disso, quando ainda estava na faculdade, no câmpus da PUC, foi contratada pela anglo-holandesa Royal Dutch Shell, outro gigante da área. Reservada, ela não gosta de falar em dinheiro, mas, tomando como base seu cargo e  o competitivo mercado em que atua, a moça ganha hoje aproximadamente 10 000 reais por mês. “Não é um emprego fácil, mas tem grandes compensações”, diz.

Bem-sucedida, com ótimo salário e disputada pelas empresas, Flávia é o retrato de uma geração abençoada: os garotos do petróleo. Trata-se de uma turma que escolheu a profissão certa no momento perfeito. Mal recebem o diploma, eles já têm emprego garantido em posições que pagam até 7 500 reais mensais — na mesma fase, um advogado recebe a metade disso e um jornalista, cerca de um terço. Os primeiros representantes dessa leva começaram a despontar nos últimos cinco anos, quando surgiu o primeiro curso de graduação específico para a área, ministrado pela Universidade Estadual do Norte Fluminense. Atualmente, dezesseis instituições de ensino superior oferecem a carreira por aqui. A razão da multiplicação, em um período relativamente curto, é óbvia. Com um quinto das reservas nacionais e 85% da produção do país, o Rio de Janeiro transformou-se em uma espécie de Houston brasileira. Hoje, a atividade responde por 20% do PIB fluminense, um porcentual que deve chegar a 30% nos próximos dez anos. Tudo isso sem contar o potencial do pré-sal. Diz o economista Fernando Blumenschein, da FGV, autor de um recente estudo sobre o tema: “Nesse caso, poderíamos chegar ao dobro do volume atual”.

Histórias de jovens que experimentam um repentino sucesso profissional e financeiro não são novidade por aqui. De tempos em tempos, surgem carreiras que possibilitam essa ascensão. Nos anos 90, por exemplo, ganhou notoriedade no Rio uma geração de profissionais que recebia fortunas trabalhando em bancos de investimentos. Famosos por seus gastos espetaculares, especialmente em vinhos raros e casas no exterior, eles agiam (e ainda agem) como uma tribo. Vestidos com calça cáqui, camisa social azul, dirigindo carro da marca sueca Volvo e praticando esportes religiosamente, os garotos imitavam os códigos e os rituais ditados pelos caciques do mercado. A turma do petróleo é uma versão menos empolada disso. Eles não ganham tanto nem cultivam hábitos tão caros e de ostentação. Mas gostam de viver bem. Aluno da primeira turma formada pela UFRJ, Bernardo Pestana, 25 anos, é um típico representante. Em 2008, ele entrou na OGX, de Eike Batista, como estagiário. Hoje é um dos responsáveis pela coordenação de perfurações da empresa. Discreto, não fala quanto recebe, mas para funcionários do seu nível a companhia paga pelo menos 10 000 reais por mês (fora bônus e gratificações). É o suficiente para alimentar um sonho pouco comum para alguém tão novo. Nas próximas semanas, Bernardo vai começar a investir em cavalos de corrida. Ele está prestes a comprar seus dois primeiros, por 20 000 reais cada um. Sua meta é ambiciosa. “Quero ter um haras com pelo menos 100 animais, não importa o tempo que isso demore.”
 
João Magalhães 24 anos - Formado em julho, foi logo contratado e enviado para um curso nos Estados Unidos. Agora, acaba de comprar seu primeiro carro
Um dado crucial sobre os jovens da nova geração é que eles construíram a carreira ao largo da Petrobras. A maioria atua em empresas privadas, multinacionais, que oferecem oportunidades de crescimento mais rápido e possibilidade de transferências para o exterior. Hoje existem 54 companhias petrolíferas instaladas no Rio, 39 delas estrangeiras. Contratada pela francesa Schlumberger há cerca de um mês, Marina Salomão, 22 anos, formou-se em dezembro, com uma festa regada a tequila na boate 00, na Gávea, para a família e os amigos. Sua turma era composta de apenas seis pessoas — todas já estão empregadas. Marina, por exemplo, está prestes a embarcar para uma temporada de treinamento lá fora. A empresa não definiu o destino, mas as opções são Estados Unidos, Emirados Árabes ou Rússia. Nem tudo é glamour, claro. Para conquistar a vaga, ela mudou-se para Macaé, no litoral fluminense, e vive provisoriamente em um hotel. Mas a vida numa estatal, de fato, não combinaria com os anseios da moça. Como outros de sua estirpe, ela não esconde características como ambição, pragmatismo e espírito competitivo. “Eu nunca me imaginei trabalhando a vida inteira no mesmo lugar. Acho que temos de buscar sempre as melhores oportunidades”, diz.

Muito petróleo, poucos profissionais

Ipea estima que, nesta década, faltarão engenheiros capacitados no setor, sobretudo para o pré-sal. As chances também são muitas para os cargos de níveis médio e técnico. Por isso, há empregos praticamente garantidos para especialistas dessa área. E ainda dá tempo de se capacitar

Manoela Alcântara - Correio Braziliense

Quando entraram na faculdade de engenharia mecânica, Thiago Campelo, 25 anos, e Álvaro Martins, 26, não imaginavam um mercado tão aquecido ao obterem o diploma. Logo depois de concluírem a graduação, em 2008, ambos já estavam empregados. O primeiro no setor público e o outro na área privada. Pessoas como eles terão lugar ainda mais garantido no mercado de trabalho com o passar do tempo. Se o Brasil crescer 6% ao ano, até 2020, a contratação de engenheiros capacitados nas áreas de petróleo e gás, construção civil, mineração, biotecnologia e metrologia ficará mais difícil e mais cara. A conclusão é do estudo Radar nº 12 – Mão de obra e crescimento, divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

O fenômeno pode ocorrer devido aos altos índices de desvio de função registrados nessas áreas. A pesquisa aponta que, entre os graduados, apenas 38% atuam na especialidade para a qual se formaram. Considerada apenas a necessidade para o setor de petróleo e gás, que será o de maior crescimento (de 13% a 19%, segundo o Ipea), há vagas para as mais diversas funções, também em níveis médio e técnico. Segundo a Petrobras, existem hoje mais de 175 especialidades diferentes de atuação, desde a extração até o refino do combustível.

As oportunidades são para cidades ou estados que têm atividade in loco — como Rio de Janeiro, Pernambuco, Manaus e Maranhão — e exigem conhecimentos bem específicos, como soldar um tubo de condução de petróleo, montar andaimes e operar escavadeiras. Em alguns casos, é necessário ficar longe da família e exercer funções em lugares remotos. Tantas dificuldades são compensadas nos bons salários. Um iniciante de nível médio/técnico, por exemplo, ganha R$ 1,7 mil, enquanto o de nível superior recebe cerca de R$ 2,7 mil. Um profissional mais experiente, com diploma técnico, embolsa aproximadamente R$ 8 mil mensais. Já os trabalhadores seniores, graduados e com especializações têm salários de R$ 20 mil ou mais.

A demanda é tão grande e a mão de obra tão escassa que o governo deu início, em 2003, ao Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás (Prominp). “Por meio do Plano Nacional de Qualificação Profissional, os interessados podem participar de uma seleção, lançada em edital no site www.prominp.com.br. Eles são treinados recebendo uma bolsa que varia de R$ 300 a R$ 900”, alerta a gerente-executiva do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), Mônica Côrtes de Domenico. Depois de concluir o curso em um dos 80 parceiros do programa, como o Senai, é possível incluir o currículo em um banco de talentos, procurado pelas mais diversas empresas.

Na capacitação, podem ser formadas pessoas de todos os níveis, inclusive engenheiros que queiram se especializar em áreas específicas. “Os cursos nos dão um bom parâmetro. Eles já chegam com alguma experiência e isso é muito positivo. Mas, na maioria dos casos, contratamos as pessoas para ensiná-las na prática. Elas demonstram o interesse e fazemos um serviço de investimento a médio e longo prazo”, relata Cristiane Mendes, analista de Recursos Humanos da Queiroz Galvão Óleo e Gás.

Um caminho comum mesmo no setor público. Thiago Carneiro Campelo, 25 anos, ainda estava na universidade quando decidiu prestar um concurso para a Petrobras, em 2008. Aprovado em 14º lugar, no ano seguinte foi convocado. “Quando estava estudando, queria trabalhar com aviação civil. Foi na Petrobras que descobri o quão interessante e promissora pode ser a área do petróleo”, afirma.

Hoje, o engenheiro trabalha na ponta da comercialização da empresa, com produtos derivados e consultorias a empresas em todo o país. Mesmo com sede em Brasília, ele viaja com frequência para atender os clientes. “O setor de energia é muito abrangente. A vaga para a qual concorri exigia apenas a graduação em engenharia. Aqui, temos uma nova formação”, observa. Pensando no crescimento, Thiago já faz uma pós-graduação em gerenciamento de projetos e não descarta a possibilidade de migrar para o serviço mais específico em plataformas no mar ou em terra. “Nas plataformas, a ascensão é mais rápida e o plano de carreira é diferenciado. Mesmo com o regime de confinamento, quero investir também em capacitação para essa especialidade”, projeta o engenheiro mecânico da Petrobras.

Segundo previsto em acordo coletivo das categorias, quem trabalha em plataformas deve ter disponibilidade para ficar 15 dias confinado no mar ou em terra. Depois, são 20 dias de folga, dependendo da atividade e do regime seguido pela empresa.

Ascensão
Embora a produção do pré-sal já tenha sido iniciada em alguns campos com teste de longa duração e projetos pilotos instalados, até 2014 a meta é aumentar a produção e o investimento em mão de obra. Por isso, quem quiser ingressar nesse mercado precisa iniciar a qualificação agora. Um dos fatores que mais influenciam na mudança de cargos e crescimento dentro das empresas é a experiência. “É preciso galgar funções. Ninguém começa sendo logo sondador (operador de guinchos de sondas de perfuração e outros instrumentos), por exemplo. Primeiro é preciso ser auxiliar de sondador. Assim acontece com os torristas, perfuradores e outros”, exemplifica a analista de RH da Queiroz Galvão.

Por isso, uma boa forma de ingressar em empresas privadas é ficar atento às seleções para trainee (veja matéria na página 3). Depois de escolher os melhores recém-graduados, as empresas os fazem passar pelos mais diversos setores até aprender o que precisam para serem efetivados. Esse treinamento faz a diferença no crescimento e na melhoria de salário. “Não treinamos as pessoas em vão. Oferecer todo um preparo e depois perdê-los para o mercado seria burrice. Por isso, a cada dia as organizações fazem mais programas de retenção de talentos”, afirma Cristiane Mendes.

Álvaro Martins, 26 anos, usou essa possibilidade como trampolim. Logo após se formar, passou em uma seleção de trainee e ingressou em uma empresa de sabão em Luziânia (GO). Ele já sabia que de lá queria saltar para a área de petróleo e gás. Ficou quase um ano na indústria e decidiu voltar ao Rio de Janeiro, sua cidade natal, e aproveitar os cursos e oportunidades da região. “Quando cheguei, consegui emprego em uma empresa de plataformas. A experiência que tive em Goiás contou muito para o que faço hoje. Aliás, nessa área os anos de trabalho são essenciais para o crescimento. Os profissionais seniores são especialistas e têm salários altíssimos. Quero chegar lá”, ressalta Álvaro.

Produção acelerada
A meta de produção de barris de petróleo do Brasil, até 2014, apenas para a exploração da camada do pré-sal, é de 241 mil por dia. Em 2020, esse número sobe para 1,078 milhão barris/dia. Só para a empresa, até 2013, está previsto um aumento de quantitativo de pessoal por meio de concurso público de 6 mil pessoas, além de 800 mil empregos indiretos, segundo a Petrobras. A mais recente seleção aberta direcionada ao setor é a da Transpetro, com 386 vagas para auxiliar de saúde, eletricista, mecânico, moço de convés, moço de máquinas, cozinheiro e taifeiro. As inscrições vão até 6 de junho no site www.transpetro.com.br

Em Brasília, as capacitações estão nas formações de nível superior. Há três anos, por exemplo, além dos cursos de engenharia comuns, a Universidade de Brasília (UnB) criou a formação em engenharia de energia. Com uma visão ampla para atender os mercados das mais diversas formas de geração de energia, como as renováveis e não renováveis, a formação tem matérias específicas e abrangentes para uma forte formação química. “Os alunos aprendem muito sobre essa área de petróleo, refinaria, como transformar petróleo em gasolina, diesel. É um mercado de trabalho muito amplo e eles terão uma noção de todas as áreas, inclusive sobre a preservação do meio ambiente, essencial nos dias atuais”, ressalta o coordenador do curso de engenharia de energia na UnB/Gama, Manuel Barcelos.
 

Engenheiros Mecânicos X Engenheiros de Petróleo

Como todos vocês já sabem há poucos dias saiu o edital do concurso da Petrobras e por mais um ano seguido não há um cargo específico para engenheiros de petróleo, sem falar que os cursos tecnológicos novamente, não foram contemplados no edital.

A questão do curso tecnólogico já foi abordada em um post anterior, para ler clique aqui. Hoje eu quero tratar de outro assunto. Por que grande parte das empresas preferem engenheiros mecânicos a engenheiros de petróleo?

Apesar da graduação em engenharia de petróleo ser relativamente nova, tudo começou através da UENF, muitas empresas ainda optam por não contratar engenheiros de petróleo, mesmo com instituições de ponta como UFRJ, PUC-Rio, UFF, UFPEL, UFES, UFCG já possuirem o curso de graduação.

Grande parte dos engenheiros que estão no mercado hoje cursaram uma das três engenharias bases (civil, elétrica e mecânica) e ainda considerada por muitos as únicas engenharias. No entanto por  uma questão de necessidade de mercado, acabaram-se criando outros cursos, como engenharia de computação (elétrica + informática), controle e automação (mecânica + elétrica), petróleo ( mecânica + civil + química) e outra mais.

Muitos pensam que o problema é somente uma questão de aceitação por parte das empresas, porém não é assim que funciona. Nas principais companhias, os recrutadores são engenheiros que já atuaram no campo, portanto são formados nas engenharias bases e na hora de escolher um candidato, a empresa dará preferência a um curso que possui mais tradição, sem falar no fato que os candidatos formados pelas  três principais engenharias saem da universidade com uma base melhor de disciplinas essenciais para qualquer engenheiro.

Engenharia de Petróleo X Engenharia Mecânica
Nada melhor do que exemplificar com uma comparação entre engenharia mecânica e engenharia de petróleo.
Em grande parte das universidades o ciclo básico é idêntico, porém o que torna o profissional engenheiro não é o ciclo básico e sim as disciplinas do ciclo profissional, diga-se de passagem que existe um grande questionamento se engenharia de produção, realmente, é engenharia.

O conhecimento de mecânica dos sólidos, comportamento dos materiais, mecânica dos fluidos, transmissão de calor é mais exigido em engenharia mecânica do que em qualquer outra engenharia e se pensar bem, são disciplinas importantes para engenheiros de petróleo também.

Reflita agora sobre outra disciplina, engenharia de poços. Uma matéria de engenharia petróleo que é basicamente mecânica dos sólidos aplicada a poços de petróleo. Cálculos de estabilidade, geopressões, sobrecarga, estados de tensões, tudo isso é visto em engenharia mecânica, porém não com a mesma aplicação.

Até que ponto é viável realizar uma engenharia de petróleo?
As empresas de petróleo dão preferência a engenheiros mecânicos, sem falar do leque de outras oportunidades para engenheiros mecânicos como área automobilistica, metalurgia, naval, aeronaútica e muitas outras.
Para não se arrepender é importante que se defina o quanto antes que área pretende se especializar, poços, reservatórios ou produção. Independentemente de qual escolher, esse precisa ser o seu foco para os próximos anos. Definido isso, invista em cursos de aperfeiçoamento, softwares específicos e tente conhecer um profissional experiente dessa área, ele pode ser um ótimo mentor e indicar o caminho das pedras para você.


Futuro incerto?
Se algum dia qualquer engenheiro de petróleo decidir sair da área ou então se a indústria não for  tão rentável por motivos econômicos, ambientais ou políticos. Que alternativas esses profissionais têm? O curso é muito específico!

Muitos estudantes estão se formando e ainda não tiveram oportunidade no mercado de trabalho, se agora que o mercado está aquecido há dificuldades de encontrar emprego, o que dirá daqui alguns anos. Por mais que o mercado se aqueça, haverá mais profissionais disputando as vagas.

Aproveitem o final de ano para fazer um planejamento sobre sua carreira e decidir quais serão as mudanças para 2011. Realizar uma planejamento de carreira e definir quais serão seus planos a curto, médio e longo prazo, podem diminuir os arrependimentos no futuro.

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Conheça 10 profissões em alta no mercado de trabalho do País

Luís Guilherme Barrucho

Confiantes no vigor da economia brasileira, empresas locais e multinacionais com filiais no Brasil preveem contratar mais profissionais nos próximos anos, aumentando, para isso, as exigências de qualificação da mão de obra.



O otimismo dos empregadores resultou também em uma crescente formalização na relação com os trabalhadores. Dados do último Censo, divulgados na semana passada pelo IBGE, revelam que 63,9% da população ocupada tinha carteira assinada em 2010, contra 54,8%, em 2000.


Segundo um relatório divulgado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) em fevereiro desse ano, a expectativa de contratação para os próximos anos permanecerá aquecida.


Intitulada Perspectivas Estruturais do Mercado de Trabalho na Indústria Brasileira - 2020, a pesquisa ouviu de 402 empresas brasileiras - que, juntas, empregam 2,2 milhões de pessoas - quais setores demandarão mais profissionais nos próximos anos.


De acordo com o estudo, quem deve liderar as contratações no País é a área da engenharia, além do segmento comercial - este último um dos principais empregadores de uma economia que caminha cada vez mais em direção ao setor de serviços, dizem especialistas.


"Depois de 'arrumar a casa' em 2011, ou seja, organizar suas finanças, as empresas estão buscando entregar resultados neste ano. Isso significa maximizar os lucros, algo que se reflete no perfil das contratações", diz Paulo Pontes, presidente da filial brasileira da Michael Page, uma das principais agências de recrutamento de executivos de média e alta gerência do País.


Para isso, as companhias brasileiras estão elevando suas exigências. Segundo o relatório da Firjan, 69,1% das empresas ouvidas requerem, no mínimo, algum tipo de pós-graduação para profissionais de nível superior. Já para mais da metade delas, o diploma universitário é indispensável, inclusive, para profissionais de nível médio/técnico.


Marcando as celebrações do Dia do Trabalho neste 1º de Maio, a BBC Brasil entrevistou especialistas para descobrir dez profissões que devem permanecer "aquecidas" nos próximos anos. Confira a lista:


1) Engenheiro de Petróleo


Quanto ganha (em média): R$ 14.000

O que faz: é responsável pelo desenvolvimento de projetos de exploração do petróleo e seus derivados em poços e jazidas, buscando uma maior eficiência de produção sem dano ao meio-ambiente. Com a descoberta do pré-sal, a profissão ganhou "alma" própria - e é oferecida, hoje, como curso de graduação nas principais universidades do País.


2) Engenheiro de mobilidade

Quanto ganha (em média): R$ 12.000

O que faz: supervisiona grandes obras de infra-estrutura, verificando se estão adequadas às normas legais. Nos grandes centros urbanos, esse profissional é encarregado de gerenciar o planejamento do transporte urbano. A carreira entrou no radar dos recrutadores depois que o Brasil foi confirmado como sede de grandes eventos, como a Copa do Mundo e a Olimpíada.


3) Engenheiro ambiental e sanitário

Quanto ganha (em média): R$ 8.000 a R$ 12.000

O que faz: concebe e executa projetos que diminuam o dano causado pela ação humana no meio-ambiente. A profissão é cada vez mais requisitada por grandes empresas e governos ciosos de seu compromisso com o desenvolvimento sustentável.


4) Médico do Trabalho

Quanto ganha (em média): R$ 10.000 a R$ 16.000

O que faz: trata-se de um ramo da medicina especializado na promoção do bem-estar e da saúde do trabalhador. Profissionais dessa área avaliam a capacidade de um candidato de executar determinada tarefa, além de realizar exames de rotina nos funcionários para verificar o cumprimento das obrigações trabalhistas.


5) Gerente de Recursos Humanos

Quanto ganha (em média): R$ 8.000 a R$ 14.000

O que faz: é responsável por recrutar novos profissionais e assegurar a permanência dos antigos. Antes subestimada, a profissão saiu do limbo e conquistou importância à medida que as empresas perceberam a necessidade de reter bons profissionais face à concorrência.


6) Controller

Quanto ganha (em média): R$ 10.000 a R$ 20.000

O que faz: analisa e interpreta as informações contábeis das empresas de forma a reduzir perdas e maximizar o lucro, utilizando, para isso, conhecimentos avançados de administração. Atua no "centro nervoso" da companhia, relacionando os campos da contabilidade e da administração.


7) Advogado de contratos

Quanto ganha (em média): R$ 10.000 a R$ 14.000

O que faz: analisa e redige contratos. É uma das áreas do Direito que mais tem crescido, acompanhando a escalada das fusões e aquisições de empresas no Brasil.


8) Gerente comercial/vendas

Quanto ganha (em média): R$ 8.000 a R$ 18.000

O que faz: é responsável pelo planejamento e controle das vendas, desde a saída dos produtos da fábrica até a chegada à casa dos consumidores. Cada vez mais disputado pelas empresas, precisa ser bem relacionado e carismático, com conhecimentos avançados de administração e marketing.


9) Biotecnologistas

Quanto ganha (em média): R$ 4.000 a R$ 5.000

O que faz: pesquisa a criação, melhoria e gerenciamento de novos produtos nas áreas de saúde, química, ambiental e alimentícia. Na área da microbiologia, pode atuar na produção de vacinas. É cada vez mais requisitado por indústrias, cientes da necessidade da otimização da cadeia produtiva.


10) Técnico em Sistemas de Informação

Quanto ganha (em média): R$ 2.000 a R$ 3.000

O que faz: profissional de nível médio, é responsável por criar e analisar os sistemas de armazenamento e coleta de dados de uma companhia.

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Equipamento do sistema de ancoragem do FPSO OSX-1 a caminho do Brasil‏

A boia desconectável que compõe o sistema de ancoragem do FPSO OSX-1 (unidade flutuante de produção, armazenamento e transferência de óleo e gás) da OSX, empresa do Grupo EBX, já saiu de Batam, na Indonésia, e chegará ao Rio de Janeiro em setembro. Ela será utilizada na produção do primeiro óleo da OGX em Waimea, na Bacia de Campos. Trata-se de um equipamento de grande porte, com cerca de 17 metros de altura, equivalente a um prédio de seis andares; 14 metros de diâmetro e mais de 700 toneladas.

A boia será responsável por interligar o OSX-1 ao poço OGX-26, através de linhas flexíveis e umbilicais. A previsão de produção nesse poço é de até 20.000 barris de óleo por dia ainda em 2011. As amarras, estacas e cabos de aço do FPSO OSX-1 já estão no País. A instalação prévia desse sistema de ancoragem no Rio de Janeiro permitirá uma rápida conexão da unidade, abreviando o tempo necessário entre a chegada do OSX-1 e o início de sua operação.

Fonte: i n s i g h t n e t . c o m . b r

A situação energética na América do Sul

Tensões fronteiriças e legislações nebulosas atrasam avanço energético numa das regiões mais ricas em fontes de gás e petróleo. Conheça a situação dos países. Por Bia Rodrigues e João Paulo Charleaux

Brasil
Atualmente, a balança comercial de energia brasileira está negativa, mas o País caminha para ter excedente energético. Isso porque o potencial para produção de petróleo e gás natural aumentou com as novas descobertas, principalmente na camada de pré-sal, que podem levar o País a alcançar a posição de 5º maior produtor de petróleo nos próximos 10 anos. O Brasil destaca-se ainda como o maior exportador e segundo maior produtor de etanol do mundo. Além disso, pode aumentar a produção de energia hidrelétrica e tem reservas de urânio e tecnologia para a produção de combustível nuclear.

Argentina
O país é hoje exportador de eletricidade, gás e petróleo, mas tende a, num futuro próximo, depender da importação de energia para compensar a queda em suas reservas de energia não-renovável.

Uruguai
Tem a segunda pior balança energética da América do Sul, atrás apenas do Chile. Só produz energia a partir de fontes renováveis, mas 50% de seu mercado interno é dependente de petróleo. O país não tem nenhuma refinaria e todo o gás consumido vem do exterior.

Paraguai
Mercado interno de eletricidade depende 99,99% das hidrelétricas de Itaipu (em parceria com o Brasil) e de Yacyretá (com a Argentina). Os paraguaios reivindicam do Brasil o direito de comercializar a energia de Itaipu diretamente com o mercado brasileiro, prescindindo do governo, e com terceiros países – o que é menos provável que Brasília aceite. Os paraguaios já conseguiram arrancar um aumento importante nas negociações: a energia que antes custava ao Brasil R$ 48,50/MWh, passará a custar R$ 54,84/MWh, um aumento de 13%.

Bolivia
Presidente Evo Morales anunciou no 1º de Maio seu lote mais recente de nacionalização de empresas privadas do ramo de energia. Britânicos, franceses e bolivianos perderam o controle de suas empresas para o Estado, que passa a controlar 80% da geração de energia no país. Evo já havia colocado o Exército nas portas da Petrobrás em maio de 2006 e, quatro meses depois, confiscou as instalações e o fluxo de caixa das refinarias da estatal brasileira na Bolívia. Os investimentos privados na área de energia na Bolívia foram de US$ 686 milhões em 2009, 47% menos em comparação com 2008.

Chile
Uma disputa com a vizinha Bolívia iniciada na Guerra do Pacífico, 131 anos atrás, levou ao rompimento das relações entre os dois países e faz com que o gás boliviano tenha de tomar um desvio de 4.500 km, passando pela Argentina, até chegar ao Chile. No inverno, os argentinos aumentam o consumo de gás para mover seus aquecedores, diminuindo a quantidade repassada aos chilenos, que ocupam o último lugar no ranking de segurança energética da região. Grupos indígenas e ambientais do sul do país se opõem à construção de hidrelétricas e a alternativa de fazer usinas nucleares foi derrubada pelo terremoto de 8,8 graus na escala Richter que devastou parte do Chile em março.

Pru
Tem um dos maiores potenciais para a exploração de gás da América do Sul, mas a incerteza política freia o interesse de empresas estrangeiras, que dizem precisar de um horizonte estável de, no mínimo, 30 anos para investir. O presidente Alan García convive com um índice de reprovação que chega a 96% no sul do Peru, onde movimentos indígenas separatistas desafiam o governo, enquanto trabalhadores da área de mineração cortam estradas no norte do país, protestando contra empresas estrangeiras. Apesar de ser um bom produtor de gás natural, o Peru ainda não consegue ser um país exportador.

Equador
Entre novembro e janeiro, os equatorianos conviveram com apagões de até quatro horas diárias. Segundo a Federação de Câmaras de Comércio, as perdas para a economia do país foram de US$ 668 milhões. A produção de petróleo caiu 4,9% no ano passado e o presidente Rafael Correa ameaça rever os contratos internacionais, transformando as empresas petrolíferas em prestadoras de serviço para o Estado equatoriano. Entre as companhias afetadas estaria a Petrobrás. Novos investimentos também são comprometidos por episódios como o da Odebrecht, que teve suas obras na Usina Hidrelétrica de San Francisco embargadas pelo governo. Na ocasião, Correa se negou a pagar um financiamento de US$ 243 milhões com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e impediu funcionários da construtora de deixarem o país.

Colombia
Quase 80% da produção nacional de energia vem do carvão, mas apenas 7% do produto é exportado para a América do Sul. País também é visto como grande mercado potencial para o biocombustível produzido no Brasil. Decreto de 2007 obriga mescla de 20% de álcool na gasolina colombiana a partir de 2012.

Venezuela
Vive o paradoxo de ser um dos maiores produtores de energia e, ainda assim, conviver com apagões elétricos. Desde fevereiro, a luz é cortada por 4 horas em dias alternados. O país teve seis apagões nacionais nos últimos dois anos e o presidente Hugo Chávez apelou para que os venezuelanos diminuam seu tempo de banho para 1min20s. Apesar da retórica anti-americana, apenas 3% do mercado sul-americano é abastecido com petróleo venezuelano, enquanto 60% da produção nacional vai para os EUA e a Europa.

Petróleo sobe com fala de Bernanke

Os comentários do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Ben Bernanke, fizeram o petróleo encerrar a sessão de ontem em alta. Em entrevista coletiva, ele disse que a instituição está preparada para adotar, se necessário, medidas adicionais de estímulo à economia para assegurar que a recuperação dos EUA continue. Além disso, autoridades do Fed reiteraram planos de manter as taxas de juros perto de zero nos próximos dois anos. O petróleo para entrega em junho subiu 0,55% na bolsa mercantil de New York, a US$ 104,12 por barril.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012


Brasil será maior produtor de petróleo entre não integrantes da Opep, diz Gabrielli

O Brasil será, em dez anos, o maior produtor de petróleo do mundo entre as nações que não integram a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), disse nesta terça-feira (22) o presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, durante o balanço da segunda fase do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2).
"O pré-sal já atinge 2% da média anual da produção de petróleo brasileira. É a produção que mais vai crescer entre 2011 e 2015”, destacou.
“Fora a Opep, teremos a maior produção de petróleo do mundo. O Brasil será o país que dará a maior contribuição de petróleo nos próximos dez anos”, disse Gabrielli, ao destacar as previsões de contratação de materiais, equipamentos e serviços, pela estatal petrolífera brasileira.
Segundo ele, isso beneficiará, direta e indiretamente, mais de 250 mil empresas no país.
“Dentro do PAC, estamos com papel importante. Porém, a atividade vai além, e beneficia a indústria brasileira em diversas frentes.” Gabrielli destacou também a geração de empregos em decorrência dessa expansão prevista para ocorrer no país até 2020.
“Serão mais de 1 milhão de empregos gerados, o que vai requerer treinamento de mão de obra. O país é um canteiro de obras com mercado de trabalho cada vez mais aquecido. Quase 290 mil pessoas [serão preparadas] até 2014. Já treinamos mais de 70 mil para 180 diferentes ocupações”, ressaltou o presidente da estatal.
Ele acrescentou que há a previsão de investimentos em pesquisas sobre diferentes temas, por meio de convênios com diversas universidades, visando ao avanço tecnológico do setor.
A Petrobras pretende contratar 28 navios-sonda e plataformas semissubmersíveis, construídos no Brasil, com pelo menos 55% de conteúdo nacional. Além disso, está prevista a renovação da frota, com 146 embarcações de médio e grande portes, a serem recebidas entre 2012 e 2018. Destas, 40 já foram contratadas.
O presidente da estatal apresentou ainda uma lista com a demanda de materiais e equipamentos que devem ser adquiridos entre 2011 e 2020. Entre os 22 itens apresentados há grande quantidade de compressores, guinchos, guindastes, motores a combustão, turbinas, bombas, geradores, filtros, reatores, revestimentos e tubos, entre outros.

As 10 maiores reservas de petróleo do mundo

1º. Rússia – 379,1
2º. Irã – 314,3
3º. Arábia Saudita – 308,7
4º. Qatar – 174,6
5º. Emirados Árabes – 135,6
6º. Iraque – 134,9
7º. Kuwait – 112,7
8º. Venezuela – 107,1
9º. Brasil – 94,4
10º. Nigéria – 69,0

*Em bilhões de barris equivalentes

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Empresas almejam investidor brasileiro

são Paulo - A capacidade financeira do mercado brasileiro atrai empresas para investir por aqui. Ontem, a empresa canadense de petróleo e gás natural Pacific Rubiales iniciou a negociação de seus BDRs (Brazilian Depositary Receipts) na BM&FBovespa. "Somos a primeira empresa canadense a lançar papéis no Brasil e confiamos no potencial dos investidores institucionais brasileiros", declarou o presidente da Pacific Rubiales, José Francisco Arata.

Depois de mais de um ano sem lançamento de BDRs Patrocinadas na BM&FBovespa, a Pacific Rubiales abriu a temporada de lançamentos do ano de 2012. Na próxima semana, será a vez da argentina do setor imobiliário TGLT, entre cujos sócios está a PDG Realt. "O Brasil está no foco. E deve se consolidar como um importante polo financeiro internacional nos próximos anos", afirma o gerente de Produtos DR (Depositary Receipts) do Itaú Unibanco, Adelmo F. Lima Filho. O executivo revelou que está previsto que outra companhia estrangeira virá ao mercado até o final do semestre. "Fundações e assets são os principais interessados nesses papéis", diz Filho.

Já a Bradesco Asset Management (Bram) encontrou a saída para expandir as BDRs, cujos papéis são permitidos apenas para investidores qualificados. "Além dos fundos de pensão, vamos oferecer tíquetes de R$ 5 mil ou R$ 10 mil para clientes Prime de Alta Renda, via fundo de investimentos com BDRs americanas", disse ao DCI, o diretor superintendente da Bram, Joaquim Levy. Na visão de Levy, essa será uma alternativa de diversificação. "Aos fundos de pensão oferecemos como uma solução de investimento, em que o gestor cuida da carteira e da análise de risco", disse. A comercialização do fundo de BDRs pela Bram está prevista para a semana antes do carnaval.

PMEs ganham incentivos no setor petrolífero

Plataforma de petróleo
Brasília - Pequenas empresas paulistas terão mais acesso a oportunidades no setor petrolífero. O Sebrae em São Paulo participará do Programa da Cadeia Petróleo e Gás, um convênio entre a Petrobras e o Sebrae Nacional que já acontece em 15 estados do país. Quatro projetos deverão ser desenvolvidos na Baixada Santista (litoral de São Paulo), Vale do Paraíba, ABCD e Paulínia, na região de Campinas.
“O estado de São Paulo é um dos maiores fornecedores da estatal, por isso estamos comemorando a sua entrada no convênio”, diz o gerente de Desenvolvimento do Mercado Fornecedor da Petrobras, Ernani Turazzi. Segundo dados de novembro, 3.807 empresas estão cadastradas, sendo que 36,7% delas são paulistas. Para a coordenadora estadual do programa em São Paulo, Juliana Ribeiro, os pedidos para que micro e pequenos empreendimentos atendam à cadeia petrolífera têm crescido no estado. “Queremos o mais rápido possível assinar os quatro convênios e começar a trabalhar as demandas da Petrobras e das suas grandes fornecedoras”.
Das 16 refinarias da petrolífera existentes no país, quatro ficam em São Paulo. O objetivo do convênio é promover a inserção competitiva e sustentável dos micro e pequenos negócios, fornecedores efetivos e potenciais, na cadeia. Até 2014, deverão ser investidos R$ 41 bilhões em todo esse segmento.
Segundo Turazzi, o aumento do número de fornecedores no entorno das refinarias, principalmente de empresas de pequeno porte, promove o desenvolvimento local, além de aumentar a qualidade dos produtos e serviços da Petrobras. Mais de oito mil empreendimentos em todo o país já participaram do programa. Uma das vantagens é o incentivo do governo federal à produção nacional. Determinado por lei, o Conteúdo Local obriga a aquisição de um percentual mínimo de bens, sistemas e serviços fornecidos por empresas brasileiras.
De acordo com a coordenadora da Carteira de Petróleo e Gás do Sebrae, Eliane Borges, ser fornecedor da Petrobras abre portas tanto para o mercado interno quanto para o externo. Das integrantes do projeto, 25% aumentaram seu volume de vendas e 13% registraram crescimento nos postos de trabalho. “A participação da Petrobras nesta parceria é a chave para o desenvolvimento de todo o projeto. Esse é um setor altamente exigente mas, ao fazer parte do cadastro de fornecedores, muitas portas se abrem para a empresa. A Petrobras compra de tudo, desde canetas esferográficas até turbinas, passando por serviços de eventos e alimentação”, explica.
Cada projeto em São Paulo terá 17 ações diferentes, envolvendo diagnósticos de gestão, capacitação de empresas, desenvolvimento de novas tecnologias, rodadas de negócios, participação em feiras e eventos, consultorias, entre outras. Uma reunião de nivelamento de informações sobre o programa, realizada na quarta-feira (1º), em São Paulo, envolveu representantes das refinarias da Petrobras no estado, gestores do Sebrae em São Paulo e o Comitê Gestor Nacional do Programa.
Inclusão
A gerente do Sebrae em São Paulo no Grande ABC, Josephina Irene Cardelli, diz que o convênio em sua região terá o apoio dos sete prefeitos envolvidos e também de parceiros e universidades locais. “Já temos empresários trabalhando com a rede de negócios criada na Baixada Santista para atender ao setor petrolífero. Agora, com o desenvolvimento de um convênio específico para o nosso território, será mais fácil a inclusão de novas empresas”.
Nos últimos 12 meses, de novembro de 2010 a novembro de 2011, a Petrobras investiu R$ 2 milhões em compras com foco nas demandas da Unidade de Operações de Exploração e Produção da Bacia de Santos e da Refinaria Presidente Bernardes, de Cubatão. Desse total, cerca de 5% tiveram como destino pequenas empresas fornecedoras da Baixada Santista, segundo o Mapeamento da Demanda e Oferta de Bens e Serviços dessa cadeia produtiva, divulgado no ano passado pelo Sebrae em São Paulo.
A estatal produz atualmente 2,77 milhões de barris de óleo - petróleo e gás - por dia. Até 2020, espera-se que a produção alcance, diariamente, 6,41 milhões barris. A previsão é que, até 2015, a empresa invista US$ 224,7 bilhões na cadeia, divididos em 688 projetos. A grande concentração dos investimentos será na área de exploração (57%). A descoberta de petróleo e gás na região do Pré-Sal deve contribuir para transformar o Brasil no quarto maior produtor de petróleo do mundo, em 2030.

Charge

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

ENTRAVES NO PETRÓLEO

Licenças para novas perfurações ficaram mais difíceis de serem obtidas após o vazamento de petróleo no Golfo do México em 2010, segundo 54% dos executivos ouvidos pela EIU (Economist Itelligence Unit).

O levantamento mostra que apenas 8% dos 185 entrevistados acreditam que as dificuldades não aumentaram.

A ampliação das políticas regulatórias será um dos principais obstáculos nos próximos 12 meses para 32% das empresas ouvidas.

O estudo também aponta que os EUA são vistos como o país que oferecerá um ambiente regulatório mais favorável para as companhias. Canadá e Brasil aparecem em seguida.

com JOANA CUNHA, VITOR SION e LUCIANA DYNIEWICZ

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Odebrecht Óleo e Gás, SSP Offshore e Interoil assinam acordo para comercialização de hubs

A Odebrecht Óleo e Gás (OOG) e as empresas SSP Offshore Inc. e Interoil firmaram um memorando de entendimento para buscar conjuntamente a comercialização de um modelo exclusivo de transporte de passageiros intermodal em unidades do pré-sal. O documento direcionará a constituição de uma joint venture em até 90 dias.

O design de casco circular, patenteado pela SSP, conta com estrutura moderna composta por helipontos e deque de transbordo para o hub, estações intermediárias para o transporte de passageiros entre bases logísticas e plataformas.


O convênio representa uma importante etapa para a OOG. Atualmente a empresa tem uma frota de sete sondas de perfuração em águas ultraprofundas e dois navios de produção, com investimentos de US$ 5 bilhões em ativos de última geração até 2013.


A OOG provê soluções integradas que vão desde a concepção de engenharia à operação de plataformas de perfuração e produção offshore e está pronta para servir à indústria de petróleo enfrentando os novos desafios em águas profundas e no pré-sal.

US$ 1,7 bi por FPSOs da cessão onerosa

O consórcio Odebrecht/ UTC/OAS apresentou o menor preço na concorrência da Petrobras para a conversão dos cascos dos quatro primeiros FPSOs da cessão onerosa. A obra será executada no estaleiro Inhaúma (ex-Ishibrás), com a proposta de US$ 1,753 bilhão, cerca de US$ 430 milhões por unidade. Os envelopes foram abertos hoje (18/1).

O valor inclui o trabalho de conversão dos cascos, a serem fornecidos pela Petrobras, troca de chapas e mais investimentos destinados a obras no estaleiro. A Andrade Gutierrez apresentou proposta de US$ 2,33 bilhões (preço unitário de cerca de US$ 580 milhões) e o Jurong do Brasil, de US$ 2,512 bilhões (US$ 620 milhões por unidade).

A 1ª mulher no comando da Petrobras

A Petrobras deverá ter pelo menos quatro mudanças significativas em sua diretoria executiva. Uma delas foi confirmada pela petroleira no início da tarde desta segunda-feira (23/1): a indicação da atual diretora de Gás e Energia, Maria das Graças Foster, - a primeira mulher a comandar a petroleira – para a presidência da companhia, no lugar de José Sergio Gabrielli. Ex-presidente da Petrobras, José Eduardo Dutra é cotado para ocupar a novata Diretoria Corporativa e de Serviços.

O diretor de E&P, Guilherme Estrella, também deverá ser substituído, bem como Gás & Energia, hoje ocupada por Graça, terá um novo diretor. A princípio, permanecem no cargo o diretor de Abastecimento, Paulo Roberto Costa, e o de Engenharia, Renato Duque. Já a permanência do diretor da Área Internacional, Jorge Zelada, ainda é incerta.