terça-feira, 21 de fevereiro de 2012


Brasil será maior produtor de petróleo entre não integrantes da Opep, diz Gabrielli

O Brasil será, em dez anos, o maior produtor de petróleo do mundo entre as nações que não integram a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), disse nesta terça-feira (22) o presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, durante o balanço da segunda fase do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2).
"O pré-sal já atinge 2% da média anual da produção de petróleo brasileira. É a produção que mais vai crescer entre 2011 e 2015”, destacou.
“Fora a Opep, teremos a maior produção de petróleo do mundo. O Brasil será o país que dará a maior contribuição de petróleo nos próximos dez anos”, disse Gabrielli, ao destacar as previsões de contratação de materiais, equipamentos e serviços, pela estatal petrolífera brasileira.
Segundo ele, isso beneficiará, direta e indiretamente, mais de 250 mil empresas no país.
“Dentro do PAC, estamos com papel importante. Porém, a atividade vai além, e beneficia a indústria brasileira em diversas frentes.” Gabrielli destacou também a geração de empregos em decorrência dessa expansão prevista para ocorrer no país até 2020.
“Serão mais de 1 milhão de empregos gerados, o que vai requerer treinamento de mão de obra. O país é um canteiro de obras com mercado de trabalho cada vez mais aquecido. Quase 290 mil pessoas [serão preparadas] até 2014. Já treinamos mais de 70 mil para 180 diferentes ocupações”, ressaltou o presidente da estatal.
Ele acrescentou que há a previsão de investimentos em pesquisas sobre diferentes temas, por meio de convênios com diversas universidades, visando ao avanço tecnológico do setor.
A Petrobras pretende contratar 28 navios-sonda e plataformas semissubmersíveis, construídos no Brasil, com pelo menos 55% de conteúdo nacional. Além disso, está prevista a renovação da frota, com 146 embarcações de médio e grande portes, a serem recebidas entre 2012 e 2018. Destas, 40 já foram contratadas.
O presidente da estatal apresentou ainda uma lista com a demanda de materiais e equipamentos que devem ser adquiridos entre 2011 e 2020. Entre os 22 itens apresentados há grande quantidade de compressores, guinchos, guindastes, motores a combustão, turbinas, bombas, geradores, filtros, reatores, revestimentos e tubos, entre outros.

As 10 maiores reservas de petróleo do mundo

1º. Rússia – 379,1
2º. Irã – 314,3
3º. Arábia Saudita – 308,7
4º. Qatar – 174,6
5º. Emirados Árabes – 135,6
6º. Iraque – 134,9
7º. Kuwait – 112,7
8º. Venezuela – 107,1
9º. Brasil – 94,4
10º. Nigéria – 69,0

*Em bilhões de barris equivalentes

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Empresas almejam investidor brasileiro

são Paulo - A capacidade financeira do mercado brasileiro atrai empresas para investir por aqui. Ontem, a empresa canadense de petróleo e gás natural Pacific Rubiales iniciou a negociação de seus BDRs (Brazilian Depositary Receipts) na BM&FBovespa. "Somos a primeira empresa canadense a lançar papéis no Brasil e confiamos no potencial dos investidores institucionais brasileiros", declarou o presidente da Pacific Rubiales, José Francisco Arata.

Depois de mais de um ano sem lançamento de BDRs Patrocinadas na BM&FBovespa, a Pacific Rubiales abriu a temporada de lançamentos do ano de 2012. Na próxima semana, será a vez da argentina do setor imobiliário TGLT, entre cujos sócios está a PDG Realt. "O Brasil está no foco. E deve se consolidar como um importante polo financeiro internacional nos próximos anos", afirma o gerente de Produtos DR (Depositary Receipts) do Itaú Unibanco, Adelmo F. Lima Filho. O executivo revelou que está previsto que outra companhia estrangeira virá ao mercado até o final do semestre. "Fundações e assets são os principais interessados nesses papéis", diz Filho.

Já a Bradesco Asset Management (Bram) encontrou a saída para expandir as BDRs, cujos papéis são permitidos apenas para investidores qualificados. "Além dos fundos de pensão, vamos oferecer tíquetes de R$ 5 mil ou R$ 10 mil para clientes Prime de Alta Renda, via fundo de investimentos com BDRs americanas", disse ao DCI, o diretor superintendente da Bram, Joaquim Levy. Na visão de Levy, essa será uma alternativa de diversificação. "Aos fundos de pensão oferecemos como uma solução de investimento, em que o gestor cuida da carteira e da análise de risco", disse. A comercialização do fundo de BDRs pela Bram está prevista para a semana antes do carnaval.

PMEs ganham incentivos no setor petrolífero

Plataforma de petróleo
Brasília - Pequenas empresas paulistas terão mais acesso a oportunidades no setor petrolífero. O Sebrae em São Paulo participará do Programa da Cadeia Petróleo e Gás, um convênio entre a Petrobras e o Sebrae Nacional que já acontece em 15 estados do país. Quatro projetos deverão ser desenvolvidos na Baixada Santista (litoral de São Paulo), Vale do Paraíba, ABCD e Paulínia, na região de Campinas.
“O estado de São Paulo é um dos maiores fornecedores da estatal, por isso estamos comemorando a sua entrada no convênio”, diz o gerente de Desenvolvimento do Mercado Fornecedor da Petrobras, Ernani Turazzi. Segundo dados de novembro, 3.807 empresas estão cadastradas, sendo que 36,7% delas são paulistas. Para a coordenadora estadual do programa em São Paulo, Juliana Ribeiro, os pedidos para que micro e pequenos empreendimentos atendam à cadeia petrolífera têm crescido no estado. “Queremos o mais rápido possível assinar os quatro convênios e começar a trabalhar as demandas da Petrobras e das suas grandes fornecedoras”.
Das 16 refinarias da petrolífera existentes no país, quatro ficam em São Paulo. O objetivo do convênio é promover a inserção competitiva e sustentável dos micro e pequenos negócios, fornecedores efetivos e potenciais, na cadeia. Até 2014, deverão ser investidos R$ 41 bilhões em todo esse segmento.
Segundo Turazzi, o aumento do número de fornecedores no entorno das refinarias, principalmente de empresas de pequeno porte, promove o desenvolvimento local, além de aumentar a qualidade dos produtos e serviços da Petrobras. Mais de oito mil empreendimentos em todo o país já participaram do programa. Uma das vantagens é o incentivo do governo federal à produção nacional. Determinado por lei, o Conteúdo Local obriga a aquisição de um percentual mínimo de bens, sistemas e serviços fornecidos por empresas brasileiras.
De acordo com a coordenadora da Carteira de Petróleo e Gás do Sebrae, Eliane Borges, ser fornecedor da Petrobras abre portas tanto para o mercado interno quanto para o externo. Das integrantes do projeto, 25% aumentaram seu volume de vendas e 13% registraram crescimento nos postos de trabalho. “A participação da Petrobras nesta parceria é a chave para o desenvolvimento de todo o projeto. Esse é um setor altamente exigente mas, ao fazer parte do cadastro de fornecedores, muitas portas se abrem para a empresa. A Petrobras compra de tudo, desde canetas esferográficas até turbinas, passando por serviços de eventos e alimentação”, explica.
Cada projeto em São Paulo terá 17 ações diferentes, envolvendo diagnósticos de gestão, capacitação de empresas, desenvolvimento de novas tecnologias, rodadas de negócios, participação em feiras e eventos, consultorias, entre outras. Uma reunião de nivelamento de informações sobre o programa, realizada na quarta-feira (1º), em São Paulo, envolveu representantes das refinarias da Petrobras no estado, gestores do Sebrae em São Paulo e o Comitê Gestor Nacional do Programa.
Inclusão
A gerente do Sebrae em São Paulo no Grande ABC, Josephina Irene Cardelli, diz que o convênio em sua região terá o apoio dos sete prefeitos envolvidos e também de parceiros e universidades locais. “Já temos empresários trabalhando com a rede de negócios criada na Baixada Santista para atender ao setor petrolífero. Agora, com o desenvolvimento de um convênio específico para o nosso território, será mais fácil a inclusão de novas empresas”.
Nos últimos 12 meses, de novembro de 2010 a novembro de 2011, a Petrobras investiu R$ 2 milhões em compras com foco nas demandas da Unidade de Operações de Exploração e Produção da Bacia de Santos e da Refinaria Presidente Bernardes, de Cubatão. Desse total, cerca de 5% tiveram como destino pequenas empresas fornecedoras da Baixada Santista, segundo o Mapeamento da Demanda e Oferta de Bens e Serviços dessa cadeia produtiva, divulgado no ano passado pelo Sebrae em São Paulo.
A estatal produz atualmente 2,77 milhões de barris de óleo - petróleo e gás - por dia. Até 2020, espera-se que a produção alcance, diariamente, 6,41 milhões barris. A previsão é que, até 2015, a empresa invista US$ 224,7 bilhões na cadeia, divididos em 688 projetos. A grande concentração dos investimentos será na área de exploração (57%). A descoberta de petróleo e gás na região do Pré-Sal deve contribuir para transformar o Brasil no quarto maior produtor de petróleo do mundo, em 2030.

Charge

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

ENTRAVES NO PETRÓLEO

Licenças para novas perfurações ficaram mais difíceis de serem obtidas após o vazamento de petróleo no Golfo do México em 2010, segundo 54% dos executivos ouvidos pela EIU (Economist Itelligence Unit).

O levantamento mostra que apenas 8% dos 185 entrevistados acreditam que as dificuldades não aumentaram.

A ampliação das políticas regulatórias será um dos principais obstáculos nos próximos 12 meses para 32% das empresas ouvidas.

O estudo também aponta que os EUA são vistos como o país que oferecerá um ambiente regulatório mais favorável para as companhias. Canadá e Brasil aparecem em seguida.

com JOANA CUNHA, VITOR SION e LUCIANA DYNIEWICZ