sábado, 2 de novembro de 2013

Huet, CBSP e a “falta” de mão-de-obra no mar

O discurso da mídia a respeito das profissões marítimas relacionadas diretamente com o petróleo é o mais animador possível. Imagens e mais imagens tentando nos convencer de que estão chovendo empregos no offshore. Podando este discurso dos eufemismos, realmente não é difícil acreditar que o setor carece de mão-de-obra qualificada. No entanto, não acredito que esta necessidade tenha simplesmente surgido diante de nós, já adulta e cheia de vontades. Para tudo, existe um motivo.

O ensino técnico existe no Brasil antes mesmo do petróleo ser descoberto. Não houve, ao longo da história, incentivos palpáveis no tocante à inserção de técnicos no mercado petrolífero e/ou posteriormente, no mercado petrolífero offshore

.Todos os dias, recebo e-mails de profissionais qualificados, poliglotas, bacharéis, e tudo o mais, desesperados porque deram seus currículos até para o Papa e nada conseguiram.

- Que p#@* de falta de mão-de-obra é essa??!!

Aí, partimos para o campo, procurando empregos e encontramos dificuldades, mas não as habituais quando se luta por um lugar ao Sol, mas dificuldades que vão, digamos, sobre as cabeças dos desempregados.

O que se diz por aí é que, sem os cursos Huet (escape de aeronaves submersas) e Salvatagem (CBSP) , você nem toma café na copa do mercado offshore. Os dois juntos têm um prazo de validade de dois a cinco anos, dependendo da empresa e do curso, e custam uma média de R$ 3 mil. Como, meu Deus, um sujeito desempregado, que almeja ser plataformista ou homem de área, emprego que paga um salário médio de R$ 2.500, conseguirá fazer um curso que custa R$ 500 reais a mais do que o salário que ele pretende ganhar?

Eu deposito todas as minhas fichas neste mercado, exatamente porque quero muito também entrar nele. Sou bacharel, falo inglês melhor do que muito oficial, pós-graduando em QSMS e estou pleiteando um emprego como técnico de segurança offshore. E estou com bastante medo deste mercado que, ao que está me parecendo, te chama, te seduz, mas bate a porta na sua cara.

O conselho que posso dar é: qualifique-se cada vez mais. Nunca pare de estudar, fazer cursos, aprender línguas que tenham a ver com o ambiente offshore (está cheio de noruegueses, holandeses…só escolher). No ruim de tudo, os mais fortes sobrevivem, como sempre foi, independente de qualquer boom, ou falso boom de empregos. 

Por Marcus Lotfi


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